terça-feira, 20 de novembro de 2012

TODOS AO ATO UNIFICADO COM A SÃO REMO NO DIA 22-11!

Há meses estamos vivendo em São Paulo uma grande intensificação da política do estado de genocídio contra a população negra e pobre das periferias. Foram 247 mortes até o momento, e a mídia propaga uma histeria em torno das mortes de policiais enquanto praticamente se cala sobre as dezenas de jovens negros assassinados pela PM e grupos de extermínio cotidianamente.

Em Paraisópolis, a polícia decretou um verdadeiro estado de sítio na comunidade, impondo o medo a toda a população. Aqui ao nosso lado, na São Remo, além de assassinatos frequentes, como o de um jovem de apenas 15 anos, ocorreu uma operação conjunta entre as polícias civil e militar no dia 31-10. Esta contou com uma série de violações dos direitos humanos, com a invasão de casas, revistas, humilhações e agressões físicas generalizadas contra os moradores. Vários destes episódios foram denunciados em boletim do Sintusp a partir de relatos de trabalhadores da USP que moram na São Remo.
No ano passado, nós que compomos as chapas que assinamos este chamado, estivemos junto a centenas de estudantes na linha de frente de uma luta contra a repressão policial na USP. Travamos uma dura luta, em todos os momentos, para que nossa luta não se restringisse aos muros da USP, mas que fizesse ecoar o grito da juventude negra da periferia que é cotidianamente assassinada pela polícia. Por isso levantamos a consigna de “Fora PM das universidades, morros e periferias”. A polícia que está na USP para reprimir estudantes e trabalhadores é a mesma que está nas favelas assassinando. O projeto privatista e elitista de universidade da reitoria e do governo é o mesmo que se apóia na violência policial para avançar em seus planos de “reurbanização” da São Remo, que consiste em desalojar milhares de famílias que moram ali e que se instalaram na época da construção do campus, constituindo a maior parte dos trabalhadores que ergueram os prédios da USP.
Acreditamos que o movimento estudantil da USP precisa seguir na luta contra os processos na universidade, pela reintegração de Brandão e dos estudantes “eliminados” pela reitoria, e como parte da mesma luta nos mobilizarmos contra a militarização da São Remo e demais periferias, pela retirada da polícia das favelas e universidades. Parte desta mesma luta é para que este povo, que sustenta a universidade com seu trabalho e o dinheiro dos seus impostos, possa estudar aqui e ter melhores condições de trabalho. Grande parte dos trabalhadores terceirizados da USP são moradores da São Remo, como era o caso de Cicera, jovem negra e trabalhadora da Faculdade de Educação, que no carnaval de 2007 foi assassinada por um policial na São Remo. O projétil do revólver, única prova contra o policial, foi extraviado pela própria polícia, garantindo que o assassino fosse inocentado.
Não podemos nos calar. Por isso, as chapas que compomos chamam todos os estudantes, trabalhadores efetivos e terceirizados a se somar ao ato do dia 22-11, às 14:30, na entrada da São Remo na USP (próximo ao bar da dona Eva) para construir uma grande mobilização.

- Abaixo a violência policial na São Remo! Fora polícia das universidades, escolas, periferias e morros!

- Não ao despejo da São Remo!

- Pela reintegração de Brandão e dos estudantes expulsos! Fim dos processos contra estudantes e trabalhadores!

CHAPA CÍCERA (CEUPES 2013) – CHAPA PRIMAVERA NOS DENTES (CAELL 2013) – CHAPA CÍCERA (DCE 2013)

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